Extensa reportagem em um jornal esportivo do Rio, sob título ¨DROGAS NO FUTEBOL ¨ expõe a situação do ex-jogador RÉGIS PITBULL, revelado pela Ponte Preta e com passagem por Vasco e Corinthians, entre outros clubes.
Régis sofre com a dependência ao crack, droga de efeito devastador no organismo, e atualmente está internado em uma clínica na cidade de Amparo ( SP ).
Após uma contusão no joelho, da qual não conseguia se recuperar, o ex-jogador, já usuário de maconha, entrou em depressão, envolveu-se com falsos amigos e, descendo mais um degrau na escala toxicológica, rendeu-se ao crack.
Tal reportagem nos colocou a pensar, em plena manhã de domingo, já fragilizado emocionalmente pelos últimos acontecimentos em nossa cidade, sobre a situação de alguns ex-jogadores que sucumbem ao se afastar dos holofotes que brilham efemeramente sobre si enquanto aproveitam a fama, os ¨amigos¨ e o dinheiro que ela traz.
Régis é o exemplo mais recente de uma situação que, na maioria das vezes, não chega à mídia, porque os espaços dos cadernos esportivos têm que ser ocupados pelos que arrastam torcedores aos estádios nos dias de hoje, e são esses que vão associar sua imagem aos produtos que fazem girar a roda da fortuna do futebol.
Num passado distante, quer seja pela droga, quer pela miséria, Heleno de Freitas, depois Garrincha, Jorge Mendonça, Baltazar... em uma proporção menor, pois conseguiu se recuperar, Dinei... eles eram o Régis de antes. Hoje, infelizmente, temos diante dos olhos Valdiran, Jobson...
Gilmar Rinaldi, ao perder o controle e o contrato de Adriano, tocou na ferida: O Imperador está doente...
Impressionante como os problemas se sucedem através dos anos e ninguém se mobiliza.Os atletas têm seus sindicatos em alguns estados, mas os anos passam e não vemos nenhuma intervenção desses diretores classistas em favor de alguma medida que apoie ou trate desses casos.
Os clubes, maiores beneficiários do talento desses jogadores, inexplicavelmente se colocam à margem dessa situação e sequer percebem quando o jogador apresenta comportamento fora do normal, deixando de acompanhar os desvios de conduta ou atribuindo tais distúrbios a simples indisciplinas. Com isso , deixam de zelar pelo seu patrimônio.
Será que Jobson, o exemplo mais recente de talento jogado na lata de lixo, se tratado como doente que é, estaria nessa situação ? Adriano, ao perder o pai, se tivesse um psicólogo que diagnosticasse corretamente suas fugas da realidade, teria perdido o prestígio a ponto de ser desprezado em seu país ?
São perguntas que se devem fazer para aprofundar o debate. Alguns jogadores se cotizam para um jogo em benefício da família de Régis. Muito bonito, mas paliativo que não ataca a causa e não resolve o efeito.
Quando é que jogador de futebol vai passar a ser tratado como gente de carne e osso, com problemas, dores psicológicas, angústias, depressões... Quando a fisiologia vai trabalhar em conjunto com a psicologia nos clubes ? E os Sindicatos, que permitem jogos em horários fora do comum e não fiscalizam os departamentos médicos dos clubes, exigindo acompanhamentos citados acima ?
Será que vão deixar acontecer o jogo em prol das famílias de Jobson, Valdiram e Adriano ?
Até quando ?