As notícias referentes ao futebol , nessa época de festas de final de ano , são absolutamente todas com conteúdo consumista , bem propícias ao momento .
As contratações de atletas e técnicos movimentam e dão letras às manchetes dos diários esportivos . Alguns analistas até usam jargões do idioma ¨economês¨ para tentar explicar tanto dinheiro em movimento entre as contas correntes dos clubes . Preocupam-se com uma possível ¨ bolha ¨ , ou seja , um gasto exagerado nas transações , acima da capacidade financeira das agremiações .
É o efeito causado pelos novos contratos fechados , pela valorização recebida dos canais de televisão aberta e fechada , triplicando o pagamento pelo direito de mostrar na telinha o desfile dos craques .
Essa conta vai ser cobrada mais tarde , na hora de se fazer cumprir os contratos assinados , o pagamento dos atestados liberatórios , as luvas , e o carro-chefe de tudo que movimenta as finanças do ¨Planeta Futebol ¨ : os direitos de imagem .
Alguns clubes estão indo às compras com uma volúpia digna de gigante europeu , oferecendo cifras antes inimagináveis no âmbito interno , revertendo a roda da fortuna , que antes só girava no sentido Europa-América .
Jogadores como Montillo têm seu valor elevado ao patamar dos craques do Velho Continente , e revelações ainda engatinhando no universo boleiro , como Cortês , trocam de camisa por valores antes só pagos por jogadores já consolidados no mercado .
Dilema : no nosso caso específico , o Flamengo , devemos acompanhar essa onda consumista supervalorizadora de talentos e investir pesado , mesmo colocando em risco o planejamento do ano ? Ou seguir à risca o que foi pensado antes dessa avalanche de dinheiro ser jogada à mesa de negociações ?
Seria interessante se envolver nessa queda - de - braço milionária por talentos e , mais tarde , em plena disputa das competições , ver o orçamento estourar e se deparar com o incômodo de atraso de salários , que comprometem sabidamente o rendimento do atleta dentro de campo , além de minar o ambiente do clube ?
A situação atual já é , por si só , um entrave à procura de reforços . Como ir às compras se não se sabe , até agora , se R10 vai ter os salários pagos integralmente pelo clube ou a Traffic vai continuar no projeto ?
Como separar verba para investimento sem a definição dos árabes quanto à proposta enviada por Thiago Neves ?
É como ir ao shopping sem saber quanto ainda pode ser gasto no cartão de crédito . Periga receber aquela péssima notícia da balconista , depois de escolher e embalar o produto : ¨ transação não aceita ¨ . Constrangedor , não ?
O clube permanece de mão atadas ( no caso , bolsos fechados ) , sem poder investir por dois motivos :
O primeiro : alguns clubes , extasiados com a fortuna que têm em mãos , investem acima da capacidade geradora de recursos , baseados no ganho futuro , algo altamente nocivo em transações financeiras , inflacionando o mercado .
Exemplos ?
Kleber , lateral do Inter , vale 350 mil por mês ?
Montillo , excelente jogador , vale 24 milhões ?
Cortês , o emergente mais valorizado do futebol brasileiro , vale sete milhões de reais ?
E por aí vai...
O segundo : já sabemos quanto gastar com R10 e TN ? Quanto sobra para investir em zaga , meio e ataque ? Existe verba para Vágner Love ? Se existir , quem vai abastecê -lo a partir do meio ? Bolivar , se não for a custo zero , compensa ? E sua suspensão ?
São perguntas difíceis de ser respondidas , pois a indefinição até agora , é a única notícia que se lê nas colunas reservadas ao do Mais Querido .
Incerteza é a única certeza no momento .
A jogadora patricinha tem que definir logo a estratégia do jogo .
E janeiro bate à porta .
Qual o melhor movimento a ser feito no xadrez das transações esportivas de final de ano ?
Se mexe , Flamengo !!!!