Uma quarta-feira inesquecível para os
amantes do futebol. Duas partidas envolvendo três times brasileiros e o maior
dos clubes argentinos. Aposta certa em uma noite de grandes
emoções.
Emoções que nem a mente maquiavélica do
mais sádico dos vilões poderia conceber. Um final épico para os duelos do Rio e
São Paulo, com requintes de crueldade para os gigantes que ficaram pelo
caminho.
Dois jogos, duas estórias com final
idêntico, mas desenrolar diferente nos entremeios do embate.
No Rio, o Fluminense foi castigado por não
demonstrar força suficiente para impor um ritmo de jogo mais forte, de pressão
sobre o adversário. Jogou preocupado com um possível contra-ataque, que lhe
deixaria distante do sonho. Dominou, teve mais posse de bola, encostou o
oponente nas cordas, mas o golpe fatal não veio. Faltou encaixá-lo para levar o
valente Boca à lona.
Levou o contragolpe ao soar do gongo, e
caiu, zonzo, atordoado, sem tempo para reagir. Só restou a dignidade de ter
lutado até o limite de suas forças. O fator campo não foi suficiente para seguir
em frente.
Em São Paulo, um duelo de titãs, jogo
em que as regras deveriam ser postas de
lado, para permitir que ambos saíssem de campo classificados, abraçados. Um jogo
para ficar na História.
Luta, suor, entrega, rispidez, virilidade,
emoção, tudo misturado dentro de um caldeirão pulsante, no limite da
insanidade.
Um Vasco valente, encarando com coragem um
Corinthians empurrado por loucos apaixonados, combustível que faz de um time sem
craques uma constelação a serviço da emoção de um povo.
Sobrou no Pacaembu o que faltou no Engenhão
: a torcida jogar junto. Jogar e levar à vitória um time que teve contra si um
Juninho contagiante, correndo e se multiplicando em todas as posições. Uma zaga
quase intransponível , com Rodolfo voltando a ser Rodolfo . E Rômulo sendo o
melhor Rômulo que o Vasco já teve.
Mas o adversário era o time de Paulinho e
Ralf, incansáveis dínamos a fornecer energia ao setor que devia ser pensante,
mas tem Alex e Danilo exercendo sua função operária, guardando seus virtuosismos
dentro do meião.
Um time que tem o segredo da defesa no
ataque. Emerson e Jorge Henrique não dão trégua aos alas adversários, forçando o
afunilamento do jogo contrário. E esses batem de frente com os
volantes-armadores-atacantes.
Corinthias e Boca seguem adiante, mas Vasco
e Fluminese não ficaram pelo caminho, simplesmente. Pelo que fizeram, e a reação
de seus torcedores constata isso, somente adiaram a caminhada por alguns
meses.
Os amantes do futebol agradecem a esses
times, e essas torcidas, pela noite que eles nos
proporcionaram.
Obrigado.