Bem vindos! Estamos abrindo mais esse canal com os amigos para debatermos assuntos relativos ao esporte mais popular do país.



Aproveitamos o espaço cedido pelo Lance! em sua página de interação com os leitores, e montamos um blog de esportes (Hexalegitimo), visando à troca de opiniões e o cultivo de amizades, objetivo comum a todos aqueles que procuram fazer do futebol veículo de confraternização.



Buscando atingir um extrato maior de amigos, colocamos à disposição essa página, desejando que as visitas possam se sentir à vontade para debater, opinar, discordar, criticar e colaborar com novas ideias, pois é esse o motivo que nos levou à confecção do blog.



Nossas opiniões também podem ser lidas no Blog do Kimura ( http://www.flablog.com.br ), todas as quartas-feiras, e, como dissemos, no Lanceactivo (www.lanceactivo.com.br/hexalegitimo) sempre que o tempo permite e as ideias fluem.



Estejam à vontade, aproveitem o espaço. Ele é seu. E não deixem de comentar os assuntos abordados. Precisamos de suas opiniões para melhorar e consolidar nossas ideias.



Obrigado.











quinta-feira, 31 de março de 2011

O ALTO PREÇO DA TAÇA DE BOLINHAS

A imprensa   esportiva  noticiou neste sábado que ¨cartolas do Flamengo articulam a fundação de uma Liga Nacional de Clubes¨, já para entrar em atividade  no próximo mês de abril.

Essa Liga teria como um dos objetivos elaborar o calendário da temporada de 2012, entre outras coisas, e, no momento, busca apoio de todos os clubes que fecharam ou estão para fechar contrato com a nefasta   Rede Globo.

Fosse em outro cenário, tal notícia seria digna de comemoração. Evidenciaria um esforço do clube em prol da união de coirmãos, visando a um objetivo, digno de aplausos, de tentar colocar ordem no caos instalado.

Acontece que, dentro da nota do jornal que divulgou o fato, consta, entre vírgulas, a citação : ¨com o apoio da CBF ¨. Pronto... tudo o  que foi pensado de positivo ao ler a nota se transforma em grande indignação. Simplesmente, como se dá a entender, Patrícia Amorim, ou seus prepostos,  agem  ,  pelo que se compreende, COM O APOIO, OU, EM CONJUNTO, COM A CBF.

Amigos, nada que venha dessa entidade pode resultar em benefício para o futebol. Basta que esse senhor que comanda os rumos daquela instituição se junte  a qualquer iniciativa para que tal empreitada se revista de interesse e promiscuidade. Ricardo Teixeira, o coveiro-mor do nosso futebol, é um câncer que debilita intermitentemente  a paixão dos brasileiros, e os dirigentes que a ele se ombreiam são metástases que apodrecem as estruturas dos clubes os quais dirigem.


Patrícia Amorim, a mandatária do Flamengo, tem mais acertado que errado na direção do Mais Querido. Iniciou sua gestão de modo claudicante, se omitiu no  ¨caso Zico¨ , optou por se aliar ao tal do ¨capitão¨ invasor do espaço alheio das cativas do  Engenhão  e, com isso, deu motivo a questionamentos à época. Reverteu o jogo ao conduzir com discrição e tino administrativo a negociação de Ronaldinho Gaúcho e agora se destacou no caso da camisa do Obama, portando-se com original desembaraço  para alcançar seu objetivo.

Conseguiu, com tão pouca   estrada¨, o que velhas ¨raposas¨ do dia a dia da Gávea tentaram durante anos, o reconhecimento do título de 87 e a consequente conquista definitiva da ¨Taça das Bolinhas¨. Mas, como já esperado, a conta chegou...

Ricardo Teixeira, o câncer, o  ¨gênio ¨ que inventou o novo esporte, futebol sem público, não mexe suas peças no tabuleiro da sordidez em vão. Lembrem - se que ele, antes de reconhecer o título do Flamengo, havia dado, um pouco antes, ordem para que se entregasse a taça no Morumbi. Boa vontade para com o desafeto ?  Não ,  jogada de recuo dos peões. Logo depois, reconhece o título do rubro-negro  e lança  Flamengo e São Paulo ao  ringue. E os dois    se digladiam até hoje.

Patrícia, como Chapeuzinho Vermelho, caiu na lábia do Lobo Mau do futebol, e agora, inocentemente, se enreda nos fios que prendem seus braços às varetas colocadas acima de sua cabeça. Sem perceber, é manipulada qual marionete, usada  como  ¨boi -de piranha¨ para se opor ao Clube dos Treze, e, jogada às feras pelos seus ¨leais ¨ subalternos, engole a isca.


Enquanto isso, nós, os rubro-negros que se opõem a todo esse estado de coisas do panorama atual do triste futebol brasileiro, temos que assistir a uma união da nossa presidente com Ricardo e seus asseclas. Engolir a aliança do nosso glorioso clube com esse tal de Andrés Sanchez, sempre atravessando o nosso caminho como um gato preto de maus agouros ( vide os casos fenomenal e imperial ).


Presidente, se tivermos  que seguir pelas mesmas vielas e sarjetas que essas figuras, convém pensar bastante se vale realmente a pena ter reconhecido pela inidônea CBF nosso título de 1987. Esse reconhecimento já foi feito  por toda a mídia esportiva do Brasil e do Mundo. Para ficar em tão má companhia, é melhor abrir mão dessa conquista burocrática.


Esperamos que o bom senso ilumine seus passos. Observe que há certos ditos populares que estão em uso porque refletem fielmente a realidade. ¨Dize-me com quem andas e te direi quem és ¨ . Lembra  ?.

Sugiro uma leitura infantil. Dali podemos  tirar vários ensinamentos. Faça dos Irmãos Grimm seus escritores preferidos. E que, como na fábula, o Chapeuzinho Vermelho possa ludibriar o Lobo Mau.



sexta-feira, 25 de março de 2011

MUDANÇA DE FOCO

O torcedor brasileiro anda triste. Triste e cabisbaixo com o que estão fazendo com sua paixão. Seu esporte favorito, antes motivo de orgulho, hoje causa tanta decepção quanto  tristeza.


Aquelas discussões de botequim perderam a  razão de ser. As rivalidades sadias, que turbinavam as rodas de bar, fazendo com que a salivação constante do bate-boca incentivasse a abertura de¨ampolas¨ cujo líquidos descem redondo ou transformam simples mortais em guerreiros, hoje ficaram em segundo plano. O foco mudou.

 

A Copa do Mundo vai ser no Brasil. Mas a notícia mais esperada nos últimos sessenta anos já não entusiasma. Tudo que remete a esse assunto se baseia em superfaturamentos, obras atrasadas, estádios vetados e outros sendo construídos sem necessidade, pelo simples prazer de se sobrepor ao ¨inimigo ¨. O foco mudou.

  
O Campeonato Brasileiro, agora mais forte, com as contratações feitas pelos clubes, já não desperta tanto interesse. Tudo que diz respeito a ele versa sobre cotas, guerra entre tvs pelo privilégio de transmissão, disputa entre clubes para ver quem ganha o maior pacote, mais verbas. Nada sobre os times. O foco mudou.

Os jogadores, até um tempo atrás,  eram contratados pelos clubes no intuito de reforçar o elenco e incentivar seus torcedores a lotarem os estádios. Hoje, as contratações visam ao retorno de mídia, à exposição da marca do clube, à transformação de dribles em vendas de camisas, bonecos, bebidas e afins. O foco mudou.

  
O torcedor anda triste porque já não é levado em consideração nas reuniões da alta cúpula que dita os destinos do futebol brasileiro. Não é considerado quando lhe impõem jogos às 22:00h, ou nas noites de sábados, e quando transmitem jogos para a mesma praça e tiram dele o prazer de acompanhar seu time sentado nas cadeiras do estádio, sentindo o clima emanado do gramado, e o magnetismo que ronda as torcidas. O foco mudou.

 O foco hoje é extrair o máximo possível dos jogadores e clubes em termos de marketing. Vender o máximo possível de pacotes de ¨pay-per-view ¨ que, aliás, é o novo parâmetro para definir o tamanho das torcidas ( antes era pela ocupação dos espaços nos estádios ), ocupar o máximo de tempo da grade de programação ( sem, logicamente, interferir no horário da novela ).


Infelizmente, amigos, o foco mudou. Estamos à mercê de megacapitalistas que capitalizaram tudo e toda magia que envolvia nosso esporte preferido e transformaram essa abstração em concreta margem de lucro. Bilheterias já não fazem a diferença nos orçamentos dos clubes, portanto a presença dos torcedores em campo virou mero detalhe, como profetizou ¨Caixa-Dágua ¨ anos atrás.


 O foco mudou e nós já não fazemos diferença. A nova geração e as próximas saberão somente através do Google o que era assistir a uma partida de futebol no meio da massa. Aquela emoção, nunca mais.


Estamos vendo, de braços cruzados, à formação da geração ¨pay-per-view ¨, sem que ninguém se atenha a isso. Na comodidade de nossas poltronas assistimos a uma mudança de comportamento que está tirando a emoção do futebol.

 Um classico regional, com as torcidas colorindo o anel dos estádios e reverberando seus cantos por todas as entranhas do cimento inerte das construções esportivas se equivale, em beleza, às grandes obras dos gênios da pintura universal. Isso está virando cartão-postal, morrendo diante de nós e se transformando em saudade.


Estejamos preparados para o grande objetivo dos coveiros de plantão que hoje ditam os rumos do nosso maior esporte. As torcidas estão morrendo e os espetáculos futebolísticos perdendo o brilho. Saibamos que somos coniventes, por permitir tal sandice.

Acostumemo-nos, então, aos novos tempos. Contentemo-nos...Mas lembrem-se :


Nossa paixão vai perdendo a graça, pois FUTEBOL SEM TORCIDA É QUADRO SEM MOLDURA.

quinta-feira, 17 de março de 2011

CEARÁ X FORTALEZA, VOVÔ X LEÃO : O CLÁSSICO-REI

Estivemos em Fortaleza durante as ¨ férïas ¨  propiciadas por Momo, e pudemos sentir e curtir todas as belezas naturais da terra de José de Alencar. É realmente um paraíso incrustado  na imensidão desse nosso país. Vale muito  a pena  conhecer tudo que a capital cearense nos oferece em termos de divertimento, lazer, cultura e oportunidades profissionais.

No âmbito esportivo,não podíamos de deixar passar a oportunidade. Logo no dia seguinte à nossa chegada, teríamos a decisão do 1º turno do Campeonato Cearense, entre as duas maiores forças do Estado, os times das maiores torcidas: Ceará e Fortaleza.


A história desse clássico começa em 1918, exatamente em  dezessete  de dezembro, com a vitória do Ceará por 2X0. Fato pitoresco é que esse jogo se dá a menos de um mês da fundação do Fortaleza, dezoito de outubro daquele ano.

O Clássico-Rei, como é chamado, já foi disputado, até hoje, 533 vezes, com vantagem do VOVÔ, o alvinegro cearense, o Ceará, com 184 vitórias, sobre o LEÃO, o rubro-anil Fortaleza, com 161 vitórias,
além de 183 empates.
 

A maior goleada do clássico aconteceu em 1927, quando o Fortaleza impôs 8X0 sobre o oponente, que chegou perto da vingança em um amistoso disputado em 1955, quando venceu por 7X0. Com respeito aos gols marcados, o Ceará, ao longo do tempo, fez 735 gols no clássico, enquanto o Fortaleza assinalou 710 tentos.

Ceará e Fortaleza, dois dos times mais tradicionais do Nordeste e do Brasil, vivem constante rivalidade, o que dá margem a espetáculos dignos de registro nas arquibancadas do Castelão. Pudemos sentir a pulsação desse clássico pessoalmente, no último confronto. As torcidas organizadas se preparam durante dias para o jogo, e seus gritos de guerra e uniformes fazem do estádio um caldeirão vibrante e colorido, com bandeiras dando um complemento ao espetáculo que se vê no campo.


A nota digna de registro é  a irreverência do povo cearense materializada nos gritos da galera. O Ceará, por ser mais antigo no tocante à sua fundação, é chamado VOVÔ, e faz desse tratamento o seu grito de guerra. A torcida do Fortaleza, para responder, usa de fina ironia.Tal troca de energia é o ponto alto do clássico:

Quando a CEARAMOR grita

VOVÔ / VOVÔ

a TUF ( Torcida Uniformizada do Fortaleza ) de imediato responde

PODE IR  / PODE IR

é ao mesmo tempo hilariante e emocionante participar desse espetáculo. Criatividade pura de uma torcida que não para de incentivar um só minuto seus jogadores, tirando deles aquela força que seus músculos já não podem dar.

Saímos do estádio em completa satisfação. Como amantes do futebol, presenciamos a paixão em estado bruto  de um povo por seus times. Observamos que os torcedores de cada lado evitam até falar o nome do oponente. Tanto os amantes ( a palavra certa é essa ) do Ceará, o ¨ Time do Povo ¨, quanto os torcedores do Fortaleza, que dizem ser o time da elite, evitam até discutir futebol para não colocar em risco amizades, parentescos e negócios.  Para ilustrar, quem torce Fortaleza ( os cearenses  não usam a preposição nesse caso ), chama  ¨carinhosamente ¨o adversário de ¨carniça ¨.



Ver, sentir e curtir um Choque-Rei entre Vovô e Leão é participar de um espetáculo digno de documentário. Ato solene e inesquecível para quem ama o futebol. A cereja do bolo para quem visita a capital cearense, que, sem esses dois legítimos representantes da cultura de seu povo, não seria a terra tão completa em atrativos e beleza.



Quando você quiser visitar o Ceará e pensar:

VOVÔ / VOVÔ ,

 se pedir minha opinião, responderei sem susto :

PODE IR / PODE IR


Esse post é uma homenagem aos grandes amigos CARECA (e Cícera ), VINICIUS ( e Vládia ) E MAURO(e Ieda, Roberta e Anathália ), que me emocionaram diariamente com a amizade e hospitalidade típica do nordestino, e me apresentaram à terra abençoada na qual passei quinze dias. Obrigado.