Enfim alguém se mobilizou contra a ditadura da FIFA.
O protocolo impõe o corte dos hinos, mais um desrespeito a um símbolo do país (qualquer país) envolvido em disputa patrocinada pela ¨mãe de todas as falcatruas, mas o povo cearense, em uma bela demonstração de desobediência civil, continuou tirando de dentro dos pulmões as estrofes que nos fizeram lembrar que sim, somos brasileiros.
Uma desobediência civil que poderia servir de exemplo aos mascarados que vão ás manifestações para depredar, quebrar, agredir. Palavras entoadas em uníssono por pessoas imóveis que mobilizaram um país. Gritos que fizeram mais efeito que pedras, paus e fogo.
Desobediência ¨ghandiana¨ que conseguiu emocionar um fleugmático inglês, o árbitro. E que deve ter tocado fundo na alma suja dos políticos, que devem ter se entreolhado em seus gabinetes, constatando a força de quem nem imaginava tê-la.
Desobediência pacífica, que pode sim ser usada nas portas dos estádios daqui para a frente, buscando a volta dos preços dos ingressos à nossa realidade, tal qual o que foi feito contra o aumento das passagens. Passeatas pacíficas em torno das arenas, sem piquete, sem, mas buscando o PÚBLICO ZERO.
Usando a força do hino cantado ¨à capela¨, poderíamos expulsar das torcidas organizadas os marginais infiltrados, limpando o ambiente dos nossos templos para trazer as famílias de volta.
Protestando pacificamente, quem sabe não conseguiríamos extirpar de nosso esporte esses tumores que lutam contra a modernidade, Marin, Marco Polo, Rubens... Quem, há pouco, conseguiria acreditar no ostracismo de Eurico?
Com as passeatas, o hino , as vaias, podemos acreditar que sim, é possível reaver o nosso futebol. Com espaço reservado para as organizadas nas arquibancadas, a volta das bandeiras, as faixas, o palavrão (até isso a FIFA proibiu!), o ambiente da geral.
Esse pode ter sido o maior legado que a FIFA já deixou para nós: a capacidade de lutar por nossos direitos, que estava adormecida no seio do povo. Essa MOBILIDADE URBANA, que levou o país a buscar melhorias.