IMAGINE NA COPA

Minas Gerais tem, talvez, a maior estrutura para clubes de futebol no Brasil. Toca da Raposa 1 e 2, Cidade do Galo, o CT do América e estádios como Fazendinha e Independência, formam um leque de opções para treinos e concentração.

Mas D.FIFA, para a Copa das Confederações, escolheu o SESC Venda Nova para abrigar as seleções do Taiti e do Brasil durante o período da competição.

Claro, como tudo que é escolhido pela entidade, o local teve que adequar suas instalações para receber as delegações. Por conta disso, foram construídos um campo de futebol, com dimensões oficiais, arquibancada para duas mil pessoas ( que não serão usadas, pois a FIFA veta público em treinos), vestiários, academias, quadra de futebol society e sala de imprensa.  

O Morumbi, em São Paulo, foi vetado para os jogos da Copa por apresentar pontos cegos, locais de onde o público tem a visão prejudicada durante os jogos.

Por conta disso, teve que se construir uma nova arena, para que o estado pudesse receber jogos da competição.

Sabe qual é o maior problema da Fonte Nova, agravado inclusive pela colocação de novos bancos de reservas, contratados arbitrariamente, em cima da hora, pela D. FIFA  e pago por nós, para a Copa das Confederações? PONTOS CEGOS.

Decisões como essas geram obras, que geram despesas, que geram COMISSÕES. Esse é o modo como os amigos de Ronaldo agem, produzindo desembolsos cada vez maiores para atender suas cada vez mais inexplicáveis exigências.

Por essas e outras, bem mais graves, é que o povo, a partir de um movimento contra o aumento das passagens, engrossou as passeatas e aumentou a agenda de reinvidicações.

Esse cartão de visitas deve ser levado   em consideração pelas autoridades daqui até a Copa do ano que vem. A partir de agora a fiscalização será bem mais rigorosa, e a voz das ruas se manifestará diante de qualquer deslize da mão que procura o bolso do contribuinte, de qualquer exigência descabida desses comitês que cada vez mais oneram os cofres da Nação sob os olhares complacentes de quem deveria zelar pela lisura nos gastos.

O sucesso de público da Copa das Confederações se deve à venda de ingressos antecipada. Fosse  os movimentos populares evento anterior a isso, e veríamos o fracasso materializado em vistosas e caras cadeiras vazias a cada transmissão da Globo.

Atentem pois, Joseph Blatter, Jérome Valcke, Aldo Rebelo, Fenômeno. Orientem Dilma, seus ministros e principalmente seus deputados e senadores, a andar pianinho daqui até lá. Faça com que ela melhore, nesse tempo que resta, as condições do país. Transportes, Saúde, Educação passaram a ser itens inclusos no rol de necessidades para o sucesso da Copa da FIFA, que nós pedimos sim, mas não nesses moldes.

Tenha certeza, Ronaldo, de que Copa se faz sim, com hospitais, pois da melhora de suas estruturas e atendimento ao povo depende primordialmente o sucesso desse torneiozinho de vocês.

Porque vocês tiveram um pequeno exemplo da paciência do povo com esse estado de coisas. Com essa balbúrdia, essa roubalheira, esse descaramento, essa desfaçatez, essa impunidade.

Se agora foi assim, Dilma, IMAGINE NA COPA.

MOBILIDADE URBANA

Enfim alguém se mobilizou contra a ditadura da FIFA.

O protocolo impõe o corte dos hinos, mais um desrespeito a um símbolo do país (qualquer país) envolvido em disputa patrocinada pela ¨mãe de todas as falcatruas, mas o povo cearense, em uma bela demonstração de desobediência civil, continuou tirando de dentro dos pulmões as estrofes que nos fizeram lembrar  que sim, somos brasileiros.

Uma desobediência civil que poderia servir de exemplo aos mascarados que vão ás manifestações para depredar, quebrar, agredir. Palavras entoadas em uníssono por pessoas imóveis que mobilizaram um país. Gritos  que fizeram mais efeito que pedras, paus e fogo.

Desobediência ¨ghandiana¨ que  conseguiu emocionar um fleugmático inglês, o árbitro. E que deve ter tocado fundo na alma suja dos políticos, que devem ter se entreolhado em seus gabinetes, constatando a força de quem nem imaginava tê-la.

Desobediência pacífica, que pode sim ser usada nas portas dos estádios daqui para a frente, buscando a volta dos preços dos ingressos  à nossa realidade, tal qual o que foi feito contra o aumento das passagens. Passeatas pacíficas em torno das arenas, sem piquete, sem,  mas buscando o PÚBLICO ZERO.

Usando a força do hino cantado ¨à capela¨, poderíamos expulsar das torcidas organizadas os marginais infiltrados, limpando o ambiente dos nossos templos para trazer as famílias de volta.

Protestando pacificamente, quem sabe não conseguiríamos extirpar de nosso esporte esses tumores que lutam contra a modernidade, Marin, Marco Polo, Rubens... Quem, há pouco, conseguiria acreditar no ostracismo de Eurico?

Com as passeatas, o hino , as vaias, podemos acreditar que sim, é possível reaver o nosso futebol. Com espaço reservado para as organizadas nas arquibancadas, a volta das bandeiras, as faixas, o palavrão (até isso a FIFA proibiu!), o ambiente da geral.

Esse pode ter sido o maior legado que a FIFA já deixou para nós: a capacidade de lutar por nossos direitos, que estava adormecida no seio do povo. Essa MOBILIDADE URBANA, que levou o país a buscar melhorias.