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terça-feira, 20 de março de 2012

DESERTO DE IDEIAS

Em 2006 , recém-chegado do futebol do interior de Minas , Ney Franco , um jovem técnico que assumira o Flamengo nas semifinais da Copa Do Brasil , surpreendeu a mídia esportiva com uma inovação tática . Seu 3-6-1 , na final do torneio , transformou-se em um banho tático sobre Renato Gaúcho , técnico do Vasco , e levou o Flamengo ao título nacional .
Dois anos depois , em 2007 , Cuca , então técnico do Botafogo , fez de seu time a grande novidade do futebol brasileiro . Usando um 3-4-3 onde os laterais transformavam-se em meias e até os zagueiros atacavam , aproveitou a obediência tática dos atletas , nenhum deles craque consagrado , para fazer do rodízio constante e da filosofia de que quem deve correr é a bola , para proporcionar a nós , torcedores , partidas gostosas de se ver . O Botafogo dava espetáculo , e cada jogo era um acontecimento esperado durante toda a semana .
Você , leitor , lembra de algum outro momento dos últimos tempos em que o técnico foi o grande protagonista do espetáculo ? Onde ele era o alvo das entrevistas por ser realmente o responsável por novidades táticas e fuga do marasmo ?
Então... Fala-se muito da queda de qualidade dos nossos jogadores , da escassez de pé-de-obra qualificada nos campos de futebol tupiniquim , da entressafra cada vez mais pobre em revelar craques .
Mas , e os ¨professores ¨ ? A quantas anda o nível de responsabilidade deles nesse panorama ? No deserto de ideias do futebol brasileiro , quanto de culpa cabe aos técnicos ?
A essência do futebol mudou . Hoje , evitar gols é o objetivo principal de cada comandante . Ao chegar em um clube , a primeira preocupação é ¨ arrumar a cozinha ¨, como eles dizem.
Depois , a parte tática do time visa , prioritariamente , a neutralizar o que o adversário tem de melhor . Quando se fala em surpreender o oponente , é exatamente isso : anular seus pontos fortes . Porque não surpreender com ofensividade não esperada ?
Luxemburgo , o outrora top-de-linha da vanguarda futebolística brasileira , tem uma frase linda : ¨Quem tem medo de perder , não tem coragem de ganhar ¨ , fazendo alusão ao jogo ofensivo .
Mas seu times , como o Flamengo das últimas temporadas , jogava com TRÊS volantes , privilegiando o contra-golpe , e não mostrou nada de convincente em dois anos . Pura retórica .
Nossos técnicos não estão , há muito tempo , deixando legados para o futebol . O Barcelona de Pep Guardiola inova ao colocar fundamentos de basquete dentro das quatro linhas . Mas sua tática de triangulações já era usada tempos atrás por um certo Claudio Coutinho , que , tal como o técnico espanhol , guardava um segredo que os atuais técnicos insistem em não querer decifrar : a melhor tática é a qualidade individual .


Sim , transformar esquemas através do toque mágico , sem engessamento , da categoria dos jogadores . O esquema tem que se adequar às individualidades , e não o contrário .
Jogam os melhores , desde que saibam executar funções no espaço que lhes cabem . Coutinho chegou a usar dois laterais-direitos ao mesmo tempo , no Flamengo e na seleção. Daniel Alves é ponta no time espanhol , que joga só com um volante de contenção . Ralf e Paulinho são as molas propulsoras de um esquema pragmático que dá certo , embora sem beleza . Não é invenção , é aproveitar os melhores .
Jogadores , base mal utilizada , escassez de craques , tudo isso é cortina de fumaça para encobrir o grande mal do nosso futebol , e da seleção , por consequência : a falta de ideias dos nossos treinadores .
E eles ganham quinhentos paus por mês , em média .