Vontade não faltava, mas o futebol anda tão medíocre que daqui a pouco suas páginas vão virar obituário: só tragédia.
É seleção patinando, campeonatos sem atrativo, públicos decepcionantes, teto de estádio (alugado) caindo, futebol de baixa qualidade e dirigentes fazendo cara de paisagem para a iminente morte do nosso esporte.
Por aqui, basta ver a classificação dos times: Resende e Volta Redonda lideram suas chaves. Flamengo e Vasco disputam na parte de baixo da tabela. E as finais vão ser disputadas no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Crítico.
Na parte que nos compete, o Flamengo, conseguimos a proeza de perder para um time que ainda não tem nem hino. E nunca tinha vencido um time grande desde a sua fundação, há oito anos.Viramos o Palmeiras com praia.
O novo técnico, Jorginho, contratado dentro da nova política (saudável) de contenção de despesas, chegou como um sopro de modernidade. Era a saída para modificar o trabalho anterior, caro e com uma média de produtividade de cinquenta por cento. Um custo-benefício descabido financeira e tecnicamente.
Três partidas depois, vemos um comandante sem rumo, um time sem padrão de jogo e excesso de experiências, que não dão certo.
Para o jogo com o forte Audax, o técnico passou a semana testando alternativas, fazendo treinos secretos (!!!!), mudando esquemas e jogadores em profusão. E iniciou a partida com a única formação que não utilizou nos treinamentos.Pode?
Barrou o artilheiro do campeonato (é o que temos no momento) e colocou um jovem que não pode jogar de centroavante porque não tem potencial para decidir dentro da área. E ainda saca o garoto antes do intervalo, jogando-o às feras do alambrado.
Em um gramado pesado e castigado pela chuva, substituiu Rodolfo, o único do elenco atual que trata a bola por ¨você¨, por Carlos Eduardo, ainda fora de forma pela longa inatividade. O campo e o momento do jogo não favoreciam tal substituição.
Alex Silva, a aposta da vez, desde que assumiu a titularidade tem mostrado falta de ritmo, de tempo de bola e lentidão, também devido ao longo tempo parado (oito meses) no Cruzeiro por contusão. A defesa menos vazada da Taça Guanabara hoje é uma ¨baba¨, sonho de todo atacante de time ¨de menor investimento¨.
O furacão Patricia (todo furacão tem nome de mulher) passou e deixou um rastro de destruição na Gávea,só visto agora, depois de sua passagem. É inerente a esse fenômeno. A nova diretoria tenta fazer o rescaldo e colocar a casa em ordem. Pedir paciência a torcedor é difícil, mas é o que exercitaremos enquanto os reforços não chegam.
Mas o que nós menos precisamos no momento é de um técnico sem parâmetros para fazer as substituições, deixando os jogadores sem confiança neles e no seu comando.
Um elenco fraco deve se respaldar na união em torno de quem comanda, e o início de seu trabalho peca pela falta de critério. Definir o time e seguir com ele, formar uma identidade, buscar entrosamento, esse o segredo.
Convém esconder logo de Jorginho sua caixa de mágicas. Isso é o que menos precisamos no momento.