Amigos : sábado , acompanhando o jogo entre Fluminense e Botafogo , depois de mais uma derrota do tricolor , uma imagem me chamou a atenção após a partida .
Antes mesmo das entrevistas à beira do campo , o meia Edinho , do Flu , batia animado papo com atletas do adversário . Ás gargalhadas , demonstrava uma grande satisfação de estar ali , desenvolvendo o assunto com seu interlocutor .
A câmera não abandonava a cena , mas nenhum dos profissionais que cobriam o jogo comentou sobre as imagens .
Após troca de camisas , Edinho e seus amigos ( devem ser , né ? ) se dirigiram aos repórteres de campo para as entrevistas pós-jogo.
Entenderam a cena ? Captaram a mensagem ?
O Fluminense acabava de perder seu décimo jogo no campeonato . Abel , o treinador , sofria em seu canto , à beira do campo , e Edinho ali , completamente alheio à situação do seu time , parecia não se importar com a situação .
Há umas rodadas atrás , no épico jogo Santos 4x5 Flamengo , ainda vibrando com a sensacional vitória do meu time de coração , não pude deixar de perceber , nas entrevistas de Neymar logo após o jogo , o sorriso de quem acabara de cumprir suas obrigações profissionais como atleta do time perdedor . Nenhuma tristeza , nenhuma contrariedade , nenhuma expressão de derrota no rosto .
Onde anda o comprometimento dos atletas profissionais de futebol com a equipe que lhe paga o salário ?
Onde a expressão de derrota no semblante ?
Onde a tristeza ? Onde o sentimento de não ter cumprido a missão ?
Saem , trocam de camisa em um gesto mecânico , demonstrando uma falta de respeito total com a camisa que vestem , e iniciam imediatamente uma animada resenha com os colegas de profissão .
Lugano , zagueiro que honrou por anos a camisa do São Paulo , se negava a trocar sua peça do uniforme dentro do campo .
Questionado , dizia que o fazia em respeito ao torcedor . Fazia questão de descer aos vestiários uniformizado .
Hoje , enquanto o torcedor ainda tenta absorver a derrota nas arquibancadas , buscando forças para fazer o doloroso caminho de volta para casa , o atleta , dentro de campo , caminha lépido e fagueiro , sorridente e cheio de disposição , para o vestiário, onde vai tomar seu banho , trocar de roupa e , a grande maioria , cair na noite , pois ninguém é de ferro , certo ?
Em que momento o futebol perdeu a magia para esses profissionais da bola ?
Até quando vamos sustentar dentro do peito essa paixão, que significa absolutamente nada para a esmagadora maioria dos que correm dentro de campo com a camisa, sagrada para nós e apenas um instrumento de troca para eles ?
Até quando ?
Respondam...
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